Marco do Tratado de Tordesilhas, no Pontal da praia de Itacuruçá.
Neste local, os portugueses deixaram o marco que dividia o mundo entre Portugal e Espanha, portanto o limite do Brasil ao sul da costa era Cananeia. Na verdade, este marco é uma réplica; o original foi levado para o Rio de Janeiro.É uma caminhada incrível. Você parte da praia do Pereirinha e caminha em direção à praia do Itacuruçá. Durante a caminhada é fácil observar muitas aves e o melhor de tudo, as praias estarão vazias. Só que não é permitido fazer essa caminhada sem um guia cadastrado pelo Parque, já que existem locais que as aves utilizam para nidificação, além disso é preciso estar atento para o nível das marés, já que a praia do Itacuruçá fica encoberta pela água do mar durante a maré cheia, a caminhada se torna muito difícil nestas condições porque você terá que se aventurar a passar pelo mangue e pela restinga, é um risco e um esforço desnecessário. Consulte antes a tábua das marés para planejar esta caminhada. Mas o esforço é recompensado na chegada ao marco. É um lugar totalmente selvagem e historicamente muito importante para o Brasil.
Devido a sua localização no centro de um corredor biológico de 110 km que se estende desde a foz do Rio Ribeira em Iguape (SP) até a baia de Paranaguá (PR), Cananeia foi tombada pela UNESCO como Patrimônio Natural da Humanidade e apontada como o melhor roteiro ecológico do mundo, é reconhecida internacionalmente como um exemplo de destino ecoturístico, pois ao contrário de outros destinos ecoturísticos brasileiros em que foram construídos grandes resorts, hoteis cinco estrelas para atender turistas milionários, Cananeia conservou traços da cultura e da vida local.
Ponte de acesso à Ilha de Cananeia.
Av. Beira Mar em Cananeia, vista da balsa.
Pôr do sol em Cananeia, visto da Ilha Comprida.
De barco, rumo à Ilha do Cardoso.
Comunidade do Marujá.
Marujá. As pousadas eram as casas dos caiçaras que foram adaptadas para receber turistas. Todas as pousadas possuem no máximo 5 quartos, é uma regra da comunidade.
Ilha Comprida - perto da trincheira.
No caminho para o Ariri há uma cidade fantasma Ararapira, antes pertencente ao Estado de São Paulo, hoje pertence ao Parque Nacional do Superagui, no Estado do Paraná; após a mudança, os habitantes abandonaram a cidade por falta de infraestrutura.
São mais de 3 horas de viagem, só de ida, mas é muito caro e demorado. Além disso, esta viagem não é feita todos os dias. Você gastará menos se alugar uma voadeira, que fará a travessia em menos tempo e também poderá dividir o valor do aluguel com outras pessoas.
Sambaqui, no caminho para o Ariri.
Os sambaquis são amontoados de ossos e principalmente de conchas sobras de moluscos bivalves, que serviram de alimento para os primeiros grupos humanos. Compunham um determinado sistema cultural pré-histórico e fornecem registro da presença e das atividades humanas de um determinado período, representa, portanto, um patrimônio arqueológico cultural. Em Cananeia foram identificados oito sambaquis que datam de aproximadamente 8.000 anos atrás.
Construção antiga na Vila do Ariri.
Existe a possibilidade de se chegar ao Ariri através de uma estrada de terra que sai de Cananeia. Só que são quase 70 km de chão. Mas o esforço vale a pena, pois a Vila é um refúgio natural, é muito procurada por mochileiros e também por pescadores.
Cachoeira do Pitu, em Cananeia.
Fica fora da cidade, é preciso ter carro próprio ou, então, contratar alguém que o leve. Se você tiver carro próprio não precisa nem contratar um guia, pergunte aos moradores que eles te indicarão como chegar lá. Você passará por uma estrada de terra e até no meio de uma plantação de bananas. A cachoeira fica dentro de uma propriedade particular, portanto você terá que pagar para entrar; da última que vez que nós fomos, pagamos uma taxa módica de três reais por pessoa.
Pousada Cardoso
No sítio é feito almoço com peixe fresco do cerco artesanal para os hóspedes de sua pousada. É só combinar com o Pedrinho.
Família pescando no trapiche do sítio.
É uma cena que diz tudo da vida que se leva em Cananeia, ou seja, a verdadeira essência da família caiçara. O ritmo, a contemplação e a integração com a natureza. A receptividade, o acolhimento, a simpatia, a hospitalidade; enfim...um lugar humano.
Muitos pensam que é fácil navegar pelo canal, já que são águas tranquilas, no entanto para quem não conhece bem o canal, pode ser pego de surpresa por um dos bancos de areia e ficar encalhado. Por isso, é prudente confiar o barco a alguém experiente que conheça a região.
Mas engana-se quem acha que Cananeia tem apenas os atrativos naturais, as suas festas tradicionais com apresentações típicas de danças como o fandango resgatam a cultura caiçara. Mais impressionante ainda é a gastronomia; pra quem está acostumado no litoral paulista com lanchonetes, fast-foods e um monte de pizzarias, ficará surpreso com a variedade e até com o requinte da gastronomia local. Tudo bem que em Cananeia existem lanchonetes e pizzarias, mas há opções para todos os gostos e bolsos. A diferença está no charme deles, seja pelo atendimento, pela comida oferecida, sendo ela típica ou não, pela decoração, independentemente dos preços. Algumas agências de turismo receptivo e barqueiros oferecem passeios de barco para outras ilhas: a do Cardoso e a do Bom Abrigo. Você pode aproveitar as praias da Ilha Comprida, para isso há uma balsa que faz a travessia, se você for de carro você não paga a taxa da balsa, mas para chegar até a praia você terá que caminhar uns 3 km em linha reta e plana, na verdade é uma caminhada muito tranquila. Existe a opção de pegar um ônibus "cata-osso" que sai dali do píer e passa pela praia, mas os horários são confusos, você terá que perguntar para o pessoal dos quiosques. As melhores praias são as da Ilha do Cardoso. Na praia do Pereirinha os golfinhos nadam junto aos turistas, ainda é possível contratar um guia que conduz os turistas até o marco do Tratado de Tordesilhas. E não deixe de conhecer a sede do PEIA (Parque Estadual Ilha do Cardoso) onde há um jacaré fêmea e o esqueleto de uma baleia. Também é possível hospedar-se no PEIA, mas é preciso agendar com antecedência e os preços são meio salgados. Outra opção é visitar as praias mais distantes onde estão as comunidades, como a do Marujá, a do Pontal do Leste e a da Enseada da Baleia; nessas comunidades também é preciso ligar antes para agendar, já que as acomodações são nas casas dos moradores, ou se você preferir pode acampar, que é mais barato.
Mais informações nos sites:
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